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BEM VINDO À RODAS DE DANÇAS

Esse será um espaço para compartilharmos nossa caminhada dentro do movimento das DANÇAS CIRCULARES.

sábado, 2 de agosto de 2008

Apresentação do Projeto: "A escola faz Cultura". Trabalhei com meu grupo de Dança da escola algumas danças indígenas do repertório das Danças Circulares e as danças: Saludo al Sol , Saludo a la luna e Harajaram. 2007

Em 2006 fiz o curso de Focalizadores no Rio de Janeiro. Esse é o meu grupo (saudades...)


Trabalho desenvolvido com professores da rede municipal de Pinheiral (Oficina da Psicóloga Adriane Medina). Nessa oficina focalizei Makedonikos e Erev Shoshanin. 2006

Danças Circulares:Um círculo de cooperação

Em pleno século XXI, o desejo de um mundo melhor e mais justo, parece-nos cada dia mais distante e a competição, ainda enraizada em nossa cultura contribui muito para essa realidade.
No campo escolar, vários professores de Educação Física, longe da preocupação de que suas aulas possam interferir em muito na propagação da competição, continuam no mesmo enfoque: os jogos interclasses, municipais, onde nem cinco por cento de seus alunos participam, contribuindo e reforçando a Educação Física dos excluídos.
É fundamental se repensar a Educação Física que queremos: Aquela em que poucos se sobressaem ou aquela que é possível para todos? Aquela em que trapacear o adversário é normal para se chegar ao objetivo ou aquela que tem adversário como peça importante para chegar ao objetivo?
Visando a preocupação com uma Educação Física de qualidade e inclusiva, vemos as danças circulares sagradas como grande aliada para esse propósito, pois dançando estamos todos no mesmo patamar, desenvolvemos o apoio mútuo, a integração, despertando a alegria, leveza, paz e serenidade, tudo que nossos alunos precisam para lidar com esse mundo de competição em que vivemos.
A dança está presente em nossas vidas, assim como a música. Segundo Isadora Duncan, "Dançar é estar vivo!". Através da dança podemos então buscar o que há de melhor em cada um, sem precisar ser o melhor, contribuindo para a construção de uma sociedade menos competitiva, mais tolerante e cooperativa.
As danças Circulares fazem parte de um jogo em que não é possível jogar sozinho, se um erra, todos erram e se não é essa a intenção fazemos tudo para que todos acertem e às vezes sem perceber estamos cooperando e vivenciando momentos de paz interior, harmonia e a união.
Precisamos acreditar que é possível mudar, por isso convido vocês a fazer parte dessa grande roda que se espalha por todo mundo, pois a cada pequena roda que formamos contribuímos com a nossa energia positiva e a irradiamos para todo o universo, depois disso, nada será com antes.

História das Danças Circulares

O pai das Danças Circulares é Bernhard Wosien. Bailarino e excelente coreógrafo ele sentiu a necessidade de resgatar as danças de antigos povos que estavam sendo esquecidas com o tempo e apresentou sua primeira coletânea em Findhorn, uma comunidade alternativa da Escócia, que as acolheu prontamente e ajudou na sua expansão por todos os cantos do mundo.
Através da Comunidade de Nazaré Paulista, em São Paulo, as danças circulares ficaram conhecidas também no Brasil.
À Maria Gabriele Wosien, Friedel Kloke, Laura Shannon, Sabira, Anna Barton, Marianne Inselmini, Joyce Dijkstra, Dagmar Hahn, Mandy de Winter e Peter Vallance, devemos a preservação da memória das Danças Circulares.
As danças Circulares são utilizadas para reunir pessoas, resgatando o contato com a tradição dos povos antigos, como também para harmonização individual e grupal, integração, e como instrumento de auto-conhecimento e auto-cura.
O círculo é essencialmente inclusivo, estando nele, fazemos parte de, não existe melhor nem pior, somos todos iguais.
Podemos ver as formas de roda e círculo em quase tudo que vemos e isso não pode ser por acaso, a lua e o sol são redondos, assim como o planeta e o cosmos...
Tudo que fazemos acontece num determinado tempo e espaço. O eixo do tempo, indica uma direção ou caminho. De onde venho, pra onde vou? Num ritmo comum, dançamos formas simbólicas arquetípicas e várias situações da vida humana. Ao repetir dançando essas formas, experenciamos o processo evolutivo da vida.
As danças Circulares é uma maneira de nos aproximarmos do sagrado, ela exalta e aprofunda a nossa consciência, nos faz sentir a energia do universo e quando não mais precisarmos pensar nos passos que fazemos, conseguiremos nos conectar com as forças superiores do cosmo.

Como tudo começou

Meu primeiro contato com as Danças Circulares aconteceu em Rondonópolis – MT em outubro de 2001, num encontro de algumas escolas estaduais que trabalhavam com projeto.
A oficina de Educação Física era de Jogos Cooperativos e ao final do dia dançamos Menoussis, até então eu não sabia que se tratava de uma dança circular, mas pude desfrutar da paz que senti ao dançá-la. No final deste mesmo ano comecei minha especialização e o primeiro módulo foi de Jogos Cooperativos com Fabio Brotto, conheci enfim as Danças Circulares, me apaixonei, dançando Iacu, Shetland, Irish Mandala... e não quis mais parar. De 2001 a 2005 fiz todos work shops que pude até chegar ao Rio de Janeiro e encontrar uma roda para dançar.
O curso de Focalizadores foi um divisor de águas, pois apesar de já focalizar um grupo em Barra do Garças desde 2003, sentia necessidade de entender melhor as danças. Sentia-me capaz de transmitir os passos (coreografia), mas sempre soube que não é só isso e sentia falta de passar algo mais para as pessoas que tinham seu primeiro contato com as DC através de mim.
O curso me deu suporte para trabalhar em grupos com mais segurança, falar das danças e de seus respectivos países com mais conhecimento.
Os detalhes de como focalizar um grupo, faz toda diferença: o silêncio ao começar e terminar uma dança, a importância do centro, o observar as pessoas dançando, dando suporte quando necessário, a fala do essencial sobre as danças sem interferir no sentir de cada um, a postura, o olhar e a posição das mãos.